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DECÁLOGO DO FRACASSO NO CONTROLE DA DENGUE:
03. CENTRALIZAÇÃO EXCESSIVA DAS DECISÕES

A ausência de segurança na capacidade de respostas oportunas, tecnicamente precisas e politicamente corretas, que é sentida com referência aos escalões descendentes de governo, além do exercício contumaz do autoritarismo político, faz com que, em muitos municípios, a autonomia necessária para a tomada de decisões não seja concedida a alguns setores que são diretamente responsáveis.

A autoridade, então, permanece centralizada de tal forma e de um modo tão profundo que toda a máquina administrativa, ligada ao assunto, praticamente, se vê paralisada com referência à questão enfrentada, diante de um afunilamento de decisões que impedem qualquer efeito resolutivo. É quando se ouve, da parte de setores da população insatisfeitos com o desempenho da máquina administrativa municipal, que “ninguém faz nada a respeito”.

Trata-se de uma prática muito comum, adotada com frequência nos municípios brasileiros, nos quais os cargos de gestão, com autoridade intrínseca, são entregues a pessoas da mais absoluta confiança do Executivo, tão somente pelos seus méritos político-partidários, mas que não detêm capacitação técnica ou a mínima experiência profissional na área em que estão atuando. Nessa condição, qualquer administrador sério se veria, então, diante de um impasse: ou se arriscaria na concessão da devida autonomia, ou centralizaria. Essa última opção se consolida como a preferência nacional dos gestores municipais brasileiros. E a qualidade dos resultados obtidos é o resultado imediato dessa atitude.

Em Epidemiologia, no entanto, não existe o espaço que, em geral, é requerido pelos setores governamentais das várias esferas, com vistas às suas longas considerações e ponderações referentes às estratégias políticas. De fato, a única estratégia que se poderia considerar inteligente e pertinente, nesses casos, seria a de não permitir que ocorra uma epidemia no município.

O país assiste, atualmente, a uma enxurrada de ações processuais contra gestores municipais acusados de improbidade administrativa, cujas irregularidades que lhes são imputadas – as ocorrências de epidemia de Dengue e suas reais consequências para a vida do Município – foram provocadas, exatamente, pela lentidão decisória, pela procrastinação resultante dos descuidos observados quando da construção de suas equipes de saúde, e na consequente centralização das decisões que não lhes permite a capacidade resolutiva demandada nos assuntos epidemiológicos.

Assim, essa lerdeza quase paralítica das estruturas de governo que, ao contrário, deveriam prontamente agir para a adoção das medidas necessárias ao controle da doença, conduz, então, a uma ausência total das iniciativas estratégicas em saúde, imprescindíveis ao sucesso das medidas de controle, resultando, muitas vezes, nos desastres epidemiológicos que, de modo tão corriqueiro, têm sido observados e, parece, ainda o serão por longo um tempo. Este será o tema que iremos abordar em nosso próximo tópico.


Citação:

[ Texto de Ricardo B. Buchaul, em www.chegadedengue.com.br ]

Todos os artigos estão disponíveis no formato pdf, e já editados para uma boa impressão, se for de seu interesse. A cópia e a reprodução estão autorizadas, desde que citada a fonte.


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@ by buchaul